Espelhos de Tempo e Cultura: Uma Análise Comparativa de “Dom Casmurro” e “Orgulho e Preconceito”

Em um mergulho literário fascinante, esta matéria explora as profundidades de duas obras clássicas que, apesar de separadas por oceanos e séculos, refletem temáticas universais de amor, sociedade e a complexidade humana. “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, e “Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen, são romances que atravessam o tempo, oferecendo uma janela para a alma humana e suas interações sociais.

“Dom Casmurro”, publicado no Brasil em 1899, nos apresenta um retrato íntimo do Rio de Janeiro do século XIX. Já “Orgulho e Preconceito”, lançado em 1813, transporta os leitores para a sociedade rural inglesa do início do século XIX. Ambos os romances são profundamente enraizados em seus contextos sociais e históricos, com Machado de Assis e Jane Austen criticando as normas e os valores de suas respectivas sociedades.

O amor é um tema central em ambas as obras. Em “Dom Casmurro”, o relacionamento entre Bentinho e Capitu é marcado pela dúvida e pelo ciúme, refletindo as inseguranças humanas. Em contraste, “Orgulho e Preconceito” aborda o amor sob a perspectiva de mal-entendidos e preconceitos, culminando em uma união que desafia as divisões sociais.

Elizabeth Bennet, de Austen, e Capitu, de Machado, são figuras femininas fortes e complexas. Elizabeth desafia as expectativas sociais com sua inteligência e espirituosidade, enquanto Capitu é frequentemente lembrada por seu olhar dissimulador e enigmático, deixando margens para diversas interpretações.

O estilo irônico e crítico de Machado de Assis em “Dom Casmurro” contrasta com a elegância e o humor sutil de Jane Austen. Ambos os autores, no entanto, são mestres na construção de narrativas que envolvem o leitor em uma teia de relações sociais e conflitos internos.

“Dom Casmurro” e “Orgulho e Preconceito” são obras que, apesar das diferenças culturais e temporais, dialogam entre si através de temas atemporais. Eles nos convidam a refletir sobre os aspectos universais da experiência humana, demonstrando que as paixões, os desafios e as complexidades da vida são, em essência, imutáveis ao longo dos séculos.

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