A modelo para este retrato não foi identificada com precisão, mas ela provavelmente era uma das funcionárias da Jas de Bouffan, a casa da família Cézannes perto de Aix-en-Provence, França. Cézanne usava poucos modelos profissionais, preferindo trabalhar com familiares ou pessoas que conhecia bem, provavelmente por se sentir tímido e pintar muito devagar. Apesar dessa proximidade, Mulher com uma cafeteira é um estudo de formas, e não de personagens.
Os principais elementos da composição – o corpo da mulher, a xícara e a cafeteira – são pintados de forma bastante simplificada em um arranjo estrito de linhas horizontais e verticais. Essa abordagem geométrica dos volumes e da inclinação da mesa representada de um ângulo mais alto do que os objetos sobre ela anuncia o cubismo.
Provavelmente executada por volta de 1895, a pintura registra a mudança na arte de Cézanne, vinte anos depois que ele começou a se afastar do impressionismo. Ele desejava “tratar a natureza por meio de cilindros, esferas e cones” e abordou este retrato como uma natureza morta. No entanto, as mãos ásperas do trabalho da modelo e o rosto simples mas digno mostram a simpatia do pintor por este “ícone monumental da vida simples” (F. Cachin).
Imagem: Wikipedia
Mulher com uma cafeteira Paul Cézanne, 1895
Da coleção de Musée d’Orsay
